Percepção
Nas aulas com ênfase na percepção musical, eu mostro estratégias para os(as) alunos(as) identificarem com uma escuta ativa os diferentes elementos da linguagem musical, sempre utilizando músicas compostas com esses elementos como ponto de partida. Aqui o(a) aluno(a) não vai desenvolver a capacidade de ter ouvido absoluto (habilidade que, via de regra, se desenvolve nos primeiros anos de vida), mas vai desenvolver o ouvido relativo, aprender a reconhecer relações entre sons, e vai chegar a tirar músicas de ouvido sem precisar do instrumento! Embora as atividades em geral abordem a percepção musical de forma mais abrangente, podemos dividir a prática da percepção musical em:
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Percepção rítmica: Identificar através da escuta ativa como os fenômenos musicais se relacionam no tempo, em termos de suas relações de proporcionalidade (diferentes fórmulas de compasso, pulso e suas subdivisões) e simultaneidade (polirritmia e polimetria), bem como cantar cada um deles, e realizá-los com diferentes partes do corpo (palmas, pés) e no próprio instrumento.
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Percepção melódica: Identificar através da escuta ativa os diferentes intervalos, os diferentes conjuntos formados por estes (escalas e arpejos) e as diferentes funções que cada nota tem em cada um desses conjuntos (graus) bem como aprender a cantar cada um deles
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Percepção harmônica: Identificar através da escuta ativa diferentes intervalos simultâneos, os diferentes tipos de acordes formados por diferentes intervalos e a relação entre dois ou mais acordes num discurso harmônico.
Vale enfatizar que a percepção musical pode (e deve!) ser ensinada e praticada em qualquer estágio do desenvolvimento do estudante de música, respeitando as habilidades e limitações de cada um, seja um iniciante que nunca tocou um instrumento ou um estudante com certa experiência musical que deseja se aprimorar.
Além disso, as aulas de percepção não são exclusivas pra quem é guitarrista/violonista. Todos os instrumentistas são muito bem vindos =)